quarta-feira, 29 de junho de 2011

CINEMAX . Antena1 e Antena3

O LADO FEMININO E ESCONDIDO DA GUERRA COLONIAL

Marta Pessoa propõe um novo olhar sobre a guerra colonial através da memória e do testemunho menos conhecido das mulheres, mães e avós dos combatentes.
Cinquenta anos após o início do conflito armado, o filme documental "Quem Vai à Guerra" mostra um outro lado dos combates travados por Portugal nas ex-colónias.
O universo dos homens na guerra é sobreposto pelo papel das mulheres: as que ficaram à espera, as que acompanharam os maridos até África, e as que participaram como enfermeiras pára-quedistas.

Filha de um ex-combatente, Marta Pessoa não conhecia a verdadeira realidade da guerra colonial. Passado meio século do início do conflito, a realizadora entende que há
uma série de questões que ficaram mal resolvidas, como "os processos que foram abertos, os apoios que não chegaram aos deficientes, ou as pessoas que ainda vivem as marcas da intervenção militar".
A realizadora quis descobrir "quem realmente foi à guerra". Para Marta Pessoa, um país inteiro combateu. Os que ficaram também estavam lá, com os soldados que serviam em nome de Portugal. As mulheres são essa maioria que ficou, mas sempre com o pensamento nas colónias.
O lado invisível da guerra, o das mulheres é o ponto de partida para a realização do filme. Marta Pessoa ouviu as viúvas, as mães, as irmãs, as esposas. Ao longo de duas horas, são reunidos testemunhos de dezenas de mulheres, que recordam as experiencias e as emoções de um conflito.
"Quem Vai à Guerra" foi rodado num cenário construído a partir de objectos e fotografias que remetem para o contexto bélico. Com recurso a filmagens das próprias mulheres e a imagens e sons de arquivo, o documentário representa a guerra de uma geração.


Carla Henriques

Sem comentários:

Enviar um comentário