segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Comentário de João Carlos Silva
Após ter lido alguns artigos e convites para assistir ao documentário "Quem vai à Guerra" de Marta Pessoa, no dia 18 de Junho tive finalmente a oportunidade de assitir aqui em Lisboa com a minha esposa. Gostámos, gostámos muito. Os meus conhecimentos de cinema não me permitem fazer qualquer comentário outro que não seja a minha própria sensibilidade e gosto pessoal, alicerçados na importância que dou a este assunto e apenas posso dizer que gostámos muito.
É que não foram só os Combatentes que foram à Guerra, foram também as suas Mães, os seus Pais, as suas Irmãs, os seus Irmãos, os seus Avós, as suas Mulheres, as suas Namoradas, as suas Filhas, os seus Filhos, as suas Amigas e os seus Amigos, enfim, as famílias. Neste caso, a visão Feminina e as diferentes formas como estiveram envolvidas. Muito bem representadas as nossa queridas Enfermeiras Pára-Quedistas.
À entrada tive a oportunidade de conversar um pouco com o nosso camarada "Jorginho da Viola" que estava a sair com a esposa da sessão anterior.
O documentário estreou no dia 16 de Junho em Lisboa, Aveiro e Porto, e creio que estará em exibição mais tempo consoante as audiências que for tendo. Se tiverem oportunidade, aconselho a que não percam.
Revista MÁXIMA
quarta-feira, 29 de junho de 2011
CINEMAX . Antena1 e Antena3
Marta Pessoa propõe um novo olhar sobre a guerra colonial através da memória e do testemunho menos conhecido das mulheres, mães e avós dos combatentes.
Cinquenta anos após o início do conflito armado, o filme documental "Quem Vai à Guerra" mostra um outro lado dos combates travados por Portugal nas ex-colónias.
O universo dos homens na guerra é sobreposto pelo papel das mulheres: as que ficaram à espera, as que acompanharam os maridos até África, e as que participaram como enfermeiras pára-quedistas.
Filha de um ex-combatente, Marta Pessoa não conhecia a verdadeira realidade da guerra colonial. Passado meio século do início do conflito, a realizadora entende que há
uma série de questões que ficaram mal resolvidas, como "os processos que foram abertos, os apoios que não chegaram aos deficientes, ou as pessoas que ainda vivem as marcas da intervenção militar".
A realizadora quis descobrir "quem realmente foi à guerra". Para Marta Pessoa, um país inteiro combateu. Os que ficaram também estavam lá, com os soldados que serviam em nome de Portugal. As mulheres são essa maioria que ficou, mas sempre com o pensamento nas colónias.
O lado invisível da guerra, o das mulheres é o ponto de partida para a realização do filme. Marta Pessoa ouviu as viúvas, as mães, as irmãs, as esposas. Ao longo de duas horas, são reunidos testemunhos de dezenas de mulheres, que recordam as experiencias e as emoções de um conflito.
"Quem Vai à Guerra" foi rodado num cenário construído a partir de objectos e fotografias que remetem para o contexto bélico. Com recurso a filmagens das próprias mulheres e a imagens e sons de arquivo, o documentário representa a guerra de uma geração.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Opinião . PÚBLICO . #3
O luto da guerra colonial
Portugal nunca fez (ou está agora a fazê-lo, tardia e lentamente) o balanço (global) de uma guerra que, contrariamente a outras (invasões estrangeiras, guerras civis...) se passou a muitos milhares de quilómetros de distância da Pátria, em regiões tropicais. Portugal nunca fez o luto da guerra colonial (ou está agora fazê-lo, tardia e lentamente). Mas o mesmo se passa com os novos países que combateram o exército colonial português e que, depois das suas independências, se viram envolvidos em guerras civis (Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Timor)...
Cinquenta anos do início da guerra colonial (em 1961, em Angola), tem vindo a aumentar a literatura memorialista, a produção ficcional, a produção bloguística, a investigação científica, o interesse dos media (cinema, televisão, imprensa escrita) pela guerra colonial...
Também por isso este filme merece ser visto... São vozes e olhares femininos, os das nossas mulheres que "foram à guerra", de muitas maneiras... Além do mais, é um filme independente, documental, português, nosso...
Opinião . PÚBLICO . #2
Essa outra guerra
Vale a pena ver!
Opinião . PÚBLICO . #1
Quem vai à Guerra
Filme recomendado principalmente às gerações pós-guerra colonial que, já não tendo de participar nela, felizmente, a ignoram completamente. Este filme deveria ter incidido mais no que passaram as mulheres na retaguarda, as que ficaram cá, já que as que acompanharam os maridos foram uma minoria e raramente para a frente de guerra. As mulheres dos ex-combatentes sujeitos ao stress pós-traumático de guerra são umas heroínas. O mesmo podemos dizer das nossas Enfermeiras Pára-quedistas, as únicas no mundo que faziam evacuações a partir dos locais de flagelação.
Os meus parabéns à jovem Marta Pessoa.
Ex-Fur Mil
Guiné, 1970/72
segunda-feira, 20 de junho de 2011
C7NEMA - Entrevista a Marta Pessoa
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Revista Visão
QUEM VAI À GUERRA... E QUEM POR CÁ FICA
Marta Pessoa, a autora de Lisboa Domiciliária, faz agora um trabalho de fundo sobre o papel das mulheres durante a Guerra Colonial, que ironicamente se chama Quem vai à Guerra, como que deixando claro que ao lado da guerra que quem combate no campo, há uma outra tendencialmente silenciosas, mas também sofrida.
Dos mortos ninguém falava. Recentemente, cruzei-me com uma edição antiga da Paris Match, que a camarada de redação Maria João Martins me mostrou, que além de inúmeros pontos de interesses para a história dos costumes dos anos 60, tinha uma reportagem que valia a pena guardar. Falava dos funerais dos combatentes portugueses em África, momentos de grande sofrimento, que a imprensa portuguesa não cobria, porque a censura não deixava. Ali se viam as mães que choraram, os filhos que em vão rezaram, as noivas que ficaram por casar (para quê... não se percebe bem). Lágrimas e trajes negros, ssobretudo as mulheres. Aquelas que, por tradição ou menor aptidão física, não vão à guerra, mas nem por isso deixam de sofrer.
Marta Pessoa, a autora de Lisboa Domiciliária, faz agora um trabalho de fundo sobre o papel das mulheres durante a Guerra Colonial, que ironicamente se chama Quem vai à Guerra, como que deixando claro que ao lado da guerra que quem combate no campo, há uma outra tendencialmente silenciosas, mas também sofrida. Marta Pessoa dá voz a estas mulheres, edificando o seu papel sofrido e as mazelas sobretudo psicológicas. E faz isto cercando o tema, metodologicamente, como que dividindo os exemplos por grupos, socorrendo-se sobretudo de depoimentos, fotografias e das raras filmagens da época .
Assim, o primeiro ponto são as mulheres que realmente ficaram na metrópole... As mães e as namoradas que viram os seus homens partir, numa despedida de lenços brancos que se acenava até ao fio do horizonte... a elas restava esperar, nada mais do que esperar, às vezes até nunca. Em paralelo, as mulheres que foram, que ficaram nos postos de retaguarda, nas cidades e vilas de África, para estarem mais próximas dos seus maridos. E que sofreram uma mudança radical de vida. Uma compara a experiência na Guiné com uma prisão, uma pena que se tem de cumprir com sacrifício. Depois há as madrinhas de guerra, aquelas que se correspondiam com soldados, para lhes dar ânimo, num esforço diário. E também as enfermeiras paraquedistas que, por si só, mereciam um documentário à parte, que arriscaram a vida em cenário de guerra, entre homens, no tempo de brandos e bons costumes, em que a sua missão nem sempre era moralmente bem vista.
Nada disto acabou com o 25 de Abril, nem o choro das viúvas, nem os traumas dos soldados,. Com a deposição das armas houve uma outra guerra que começou: a dos homens consigo próprios, a do stress pós-traumático, elevado por vezes ao limite da loucura, E, claro, porque é esse o ângulo do filme, as mulheres, que heroicamente resistiram e continuaram a lidar com estes homens radicalmente diferentes daqueles que partiram.
Apesar do uso de fotografias, Marta Pessoa afastou-se do 48, de Susana Dias, filme cuja genialidade assombra qualquer outro. Tentou de alguma forma combater a falta de dinamismo dos depoimentos envolvendo-os em cenários artificiais, ou seja, fabricados justamente para o propósito. Mas sobretudo esta perspetiva feminina da guerra colonial contribui para a ampliação de um dos mais marcantes temas da nossa história recente, como que alargando o seu âmbito a toda a sociedade, até hoje, muito para além do facto em si. Porque as balas perdias podem atingir qualquer um.
Quarta feira, 15 de Jun de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Texto de Lieve Meersschaert
Fiquei sem palavras com o vosso belíssimo filme. Os testemunhos das mulheres, o profundo respeito por elas, o ritmo do filme, a escolha do cenário, os pequenos flashes da guerra.
Fizeram um todo que capta desde inicio até ao fim. Espero que muitas pessoas vão vê-lo.
É importante envolver o Ministério de Educação na divulgação do filme nas escolas. É um documento que fica para a história. É também importante envolver a CIG.
Esperemos que o ICA faça de novo uma sessão de cinema no nosso bairro e que o possamos mostrar.
O filme conscencializa-nos que muito fica para dizer. É incrível como deixaram as mulheres de lado e o muito que elas têm a dizer
As alternativas ficaram muitas vezes tão pobres, porque as mulheres ficaram de lado/encarregadas de aguentar o dia a dia (ou pensaram que deviam imitar os homens).
Muitos Parabéns!"
Texto de Ernani Balsa
Mais do que um documentário, "Quem vai à guerra" é um extraordinário documento, que urgia realizar e legar às presentes gerações, mais ou menos antigas e mesmo às vindouras, para uma melhor compreensão duma época importante, não claro numa perspectiva positiva, mas numa leitura do impacto que teve na história recente de Portugal. Eu pertenço a uma das gerações mais recuadas a que diz respeito este documento, se bem que lá tenha visto, por exemplo, o Prof. Eduardo Lourenço, duma geração ainda mais recuada do que a minha e que por si só, pela sua presença, que retrata certamente o seu interesse pela temática do documento, atesta bem a importância que pode assumir uma obra como esta...
É talvez bom referir, que a reboque das histórias ricas e vividas daquelas mulheres, um discurso feminino sobre a guerra, como a Marta refere, é todo um país que ali figura, com os dramas duma geração que não compreende a guerra, quase a ignora, dela se distancia como pode e no entanto faz a guerra, sem saber sequer para que servirá tal esforço... Na minha perspectiva, é avassalador o grau de inconsciência que se vivia naquela época. Se bem que as histórias que aquelas bravas mulheres nos contam, sobre as suas vivências da guerra, na distância, na saudade e no constante temor de perderem os seus homens queridos, são um testemunho impressionante do impacto duma guerra em qualquer sociedade, já as histórias das mulheres que foram literalmente à guerra, seguindo os seus maridos e que com elas levavam filhos de tenríssima idade para teatros de guerra, aguentando viver quase paredes meias com as oprerações militares que iam ceifando vidas a milhares de jovens soldados, roça quase o surreal... Julgo que em mais nenhum país do mundo se poderia assistir a tal situação. Aquelas mulheres, mas também aqueles homens que permitiam e colaboravam nesta verdadeira incongruência de transferir as famílias para o meio da cena duma guerra, como se se mudassem apenas de cidade para acompanhar os seus maridos num novo emprego, é um duro e cruel retrato da inconsciência total dum país, rendido à maior encenação do século, só para criar uma imagem de normalidade dentro de toda a anormalidade duma ditadura que promove a guerra e ao mesmo tempo quer fazer as pessoas pensar que ela verdadeiramente não existe...
Mas há também o testemunho das enfermeiras-paraquedistas, um pormenor que certamente as gerações mais novas desconheceriam, até que a Marta os leva a esta guerra... E o stress pós-traumático de guerra, uma calamidade escondida durante décadas e que mesmo hoje em dia ainda é mal-encarada pelo país real e distraído... E há, acima de tudo, uma geração usada e abusada e irónicamente ainda hoje mal aceite e compreendida... É verdade que hoje haverá uma geração à rasca, por outras razões, mas ainda há sobreviventes duma outra geração, que de tão inconsciente e reprimida, nem sequer terá tido a criatividade de encontar para sim um epíteto mínimamente mediático que a enquadrasse nas terminologias de que hoje precisamos para classificar cada coisa... Ela foi apenas e ainda vai sendo, através daqueles que ainda sobrevivem, como é o meu caso, a geração da guerra "tout court"!...
E é talvez porque eu por lá passei, por essa guerra, hoje tão distante e quase sem direito a ser mencionada nos manuais de história, ou quando o é, em letra quase surda e tímida, que eu quero agradecer à Marta, o ter tido a coragem, a capacidade e a arte de ter revelado a todos quantos temos o privilégio de ter sobrevivido a essa guerra, e também aos seus descendentes, um olhar honesto, inteligente e lúcido do que foram aqueles tempos em que os seus pais a conceberam, não imaginando sequer que a Marta, que naqueles anos apenas fazia lembrar, pelo seu nome, a "Martha my dear you have always been my inspiration", dos Beatles, se tornaria no século XXI numa cronista dos anos em que apenas era inconsciente, porque ainda era uma criança...
A Marta que hoje revejo, cresceu... cresceu muito... cresceu mais do que muitos homens que hoje em dia se julgam muito importantes, apenas porque nos conta verdades, enquanto esses, os outros, nos vendem mentiras, que nós ainda temos de pagar...
Obrigado Marta, filha da minha geração...
Lisboa. 14. Maio. 2011 | Ernani Balsa
INSIGNIFICANTE - blog
É o grande filme, o filme que regista para todas as memórias, para que estas não se perdam a guerra colonial em toda a sua ausência, em toda a sua crueza.
Faz um registo impressionante e de altissima qualidade das vozes, dos olhares e gestos das muitas, muitas mulheres que nos contam, nos contam a sua outra guerra, o seu sentir e emoção.
Neste filme vemos o que fomos, o quão miserável era o regime que nos atordoava e mantinha limitados numa couraça. E vemos o tamanho das gentes, das mulheres, destas, e de outras e também outros.
Fabuloso, um muro no estomago que vai até ao céu da boca.
Guerra Colonial do "ponto de vista" das mulheres

Marta Pessoa propõe, no seu novo filme, um olhar «sem medo» sobre o passado e diz que a sua geração tem a «responsabilidade» de questionar por que é que «a guerra colonial ainda está tão presente na cabeça das pessoas».
As mulheres, Marta Pessoa descobriu-as em todo o lado. E achou que havia uma história de guerra para ser contada. Na internet, há «uma espiral que nunca mais acaba» de coisas sobre a guerra, mas tudo «muito cerrado no ponto de vista masculino».
«As mulheres portuguesas não falam. Não há registos femininos. O Estado Novo pior ainda, não houve pior momento para a mulher do que o período da ditadura», afirmou a realizadora em entrevista à Lusa.
Marta Pessoa criou um teatro de guerra - com o cenógrafo Rui Francisco e a fotógrafa Inês Carvalho - e cada uma das mulheres conta a sua história no cenário que lhe corresponde. Foi tudo filmado no espaço A Capital, onde antes estavam os Artistas Unidos. A ideia foi «fazê-las sair da casa, deslocá-las da zona de conforto, tirá-las das distracções domésticas», explicou a realizadora.
«Tinha curiosidade em ver como é que o discurso, sendo deslocado do espaço habitual, seria transmitido», reconheceu Marta Pessoa que com este filme quis «espelhar um bocado a realidade da guerra - os soldados iam para a guerra de todo o lado, não era só no Interior, não era só no Litoral, não era só no Norte, não era só no Sul».
A realizadora não esconde a ligação pessoal. Nascida em 1974, é filha de um militar de carreira, que esteve na Guerra Colonial, na Guiné-Bissau, e estudou num colégio interno, onde tinha amigas órfãs de guerra.
«Se a minha mãe não tivesse ficado à espera [do meu pai] eu teria feito este filme? Não sei, mas também é muito difícil encontrar pessoas da minha geração que não tenham alguém na família que não tenha tido alguma relação com a guerra. A guerra não afectou só as pessoas que foram, afetou os que decidiram não ir», mulheres e homens.
Cinquenta anos após o início da guerra, a «catarse» ainda não foi feita, «os problemas não foram resolvidos», sustentou. «Não se fez o luto. Há muitos enigmas no pós-25 de Abril, não só da descolonização, mas da forma como os ex-combatentes foram tratados, ou não foram tratados. Ainda há muita mágoa, e com toda a razão, [há] assuntos que não foram resolvidos, processos abertos», reflectiu a realizadora.
Permanecem «muitos tabus, muitas viúvas escondidas, muito isolamento, muitas histórias de alcoolismo, de sem-abrigo» ¿ «se isto existe ainda, 50 anos depois de a guerra ter começado, algo se passa»
«Muito me magoa quando as pessoas da minha geração, que nasceram e cresceram a cantar aquelas canções, algumas delas insuportáveis, de papoilas a crescerem no campo e coisas assim, deixem passar essa responsabilidade de olhar as coisas, de duvidar e de questionar», disse.
Jornal OJE
No ano em que se assinala o cinquentenário do início da Guerra Colonial (1961-1974), é ainda bastante evidente que a guerra continua a afectar muito directamente os seus ex-combatentes. O universo militar que sustenta uma guerra é tradicionalmente dominado por homens. O país que Portugal foi entre 1961 e 1974 era dominado politicamente por homens. Mas terão ficado as mulheres fora desta guerra colonial? Não estão também as mulheres em guerra, mesmo quando esperam?
As mulheres dos soldados portugueses estiveram na guerra, viveram-na, em forma de receios e palavras escritas em aerogramas censurados, ou na descoberta de terras e modos de vida diferentes, com a urgência e o medo a marcar-lhes o quotidiano.
Para o grupo de 46 enfermeiras pára-quedistas, únicas mulheres militares, a realidade era a da experiência directa da guerra, dos ataques, das evacuações, das mutilações e mortes dos soldados que ao longo desses 13 anos de guerra socorreram. Há nestas mulheres uma história da guerra colonial portuguesa.
"Quem vai à Guerra" recria em estúdio, a partir dos objectos, fotografias e ambientes mais marcantes destas memórias femininas, um espaço de apresentação de testemunhos, onde as mulheres partilham as suas histórias de guerra. Em cenários de assumida teatralidade, vão sendo construídas as imagens femininas da guerra, onde os universos doméstico e bélico se cruzam. Cenário feito também de violência e da desolação de uma guerra, contrariando um olhar romântico, que tão rapidamente se pode tornar nostálgico. Se há algo que sobressai do discurso feminino sobre a guerra, é a ideia de que esta é sempre iníqua e devastadora. Afinal, é de guerra que se fala.
Um filme com Ana Maria Gomes, Anabela Oliveira, Aura Teles, Beatriz Neto, Clementina Rebanda, Conceição Cristino, Conceição Silva, Cristina Silva, Ercília Pedro, Fernanda Cota, Giselda Pessoa, Isilda Alves, Júlia Lemos, Lucília Costa, Manuela Castelo, Manuela Mendes, Margarida Simão, Maria Alice Carneiro, Maria Arminda Santos, Maria Augusta Filipe, Maria de Lourdes Costa.
Oficina da Cultura
DN ARTES
Kilmister é um nome transversal a géneros musicais, como o provam depoimentos de fãs como Dave Grohl (Foo Fighters), Jarvis Cocker (Pulp) ou Peter Hook (New Order). Apesar de ser um trabalho feito por fãs, Lemmy com o seu registo de uma estrela rock'n'roll consegue apelar a um público mais vasto.
Passando para os títulos portugueses, o IndieLisboa antestreia também hoje (Culturgest, 21.30), o novo documentário de Marta Pessoa, Quem Vai à Guerra.
A realizadora de Lisboa Domiciliária assinala os 50 anos do início da guerra em África com um trabalho sobre as mulheres que ficavam à espera de notícias e do regresso dos seus filhos, maridos, irmãos e namorados, mas também sobre aquelas que participaram activamente nos combates, como foi o caso das enfermeiras pára- -quedistas, que viveram a realidade da guerra. São as memórias de algumas dessas mulheres que Marta Pessoa invoca em Quem Vai à Guerra, cruzando os universos doméstico e militar.
por J.M./E.B. | DN